Conselheiro Antonio Joaquim de Macedo Soares

Nasceu na fazenda Bananal, distrito de Ponta Negra, vila de Maricá, província do Rio de Janeiro, a 14 de janeiro de 1838, filho de Joaquim Mariano de Azevedo Soares e de Maria Macedo Freire, casados em 16 de setembro de 1834.

Fez seus primeiros estudos no Seminário Diocesano do Rio de Janeiro, onde se formou em teologia em 1855. Sem vocação para a vida religiosa, mais tarde matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, bacharelando-se em 22 de novembro de 1861.

Foi delegado de polícia e inspetor de ensino em Araruama-RJ, onde advogava;  mais adiante, foi nomeado juiz municipal e de órfãos dos termos reunidos de Saquarema e Araruama, por decreto de 1862. Em 1865, tendo publicado a 2ª edição de seu livro “Da Liberdade Religiosa no Brasil”, caiu em desgraça perante o gabinete Zacarias e não foi reconduzido às suas funções de juiz municipal.

Em 1867 foi nomeado promotor público de Rio Bonito – RJ;  e posteriormente, em 1874, Juiz de Direito da comarca de São José do Campo Largo, Província do Paraná. Serviu ainda como juiz na comarca de Mar de Espanha, Província de Minas Gerais por seis anos, a partir de 1876, exercendo o mesmo cargo em Cabo Frio a partir de 1882. Foi transferido para a 2ª Vara  Comercial da Corte em dezembro de 1886.

Ainda no Império, também foi vereador em Araruama – RJ e deputado provincial pelo Rio de Janeiro de 1870 a 1878. Já na República, em 1890 foi nomeado Juiz da Corte de Apelação e ministro do Supremo Tribunal Federal  em 1892.

Abolicionista convicto, pôs sua toga a serviço da emancipação dos escravos, fazendo-lhes justiça em todos os pleitos. Foi agraciado por D. Pedro II com o grau de cavaleiro da Ordem da Rosa em 1866, e conselheiro do Império por mercê da Princesa Isabel. Maçom, foi também Grão Mestre da Ordem Maçônica do Brasil de 1891 a 1900.

Além de profundo conhecedor das teorias e práticas jurídicas,  era um literato, e seus trabalhos – fossem no Direito ou na Literatura –  mostravam sempre seu talento.

Defensor da liberdade religiosa no Brasil, colaborou com artigos em publicações abolicionistas. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Sociedade Brasileira de Geografia e da Sociedade de Geografia de Lisboa.

Casou-se em Araruama no dia 22 de novembro de 1862 com a prima Teodora Álvares de Azevedo Macedo, filha de Francisco Álvares de Azevedo Macedo e Teodora da Silveira Bueno. Antonio Joaquim e Teodora foram pais de Oscar Paes Ferreira de Macedo Soares, Noêmia de Macedo Soares, Judith (primeira do nome), Judith de Macedo Soares, Henrique Duque Estrada de Macedo Soares, Elza de Macedo Soares, Maria de Nazareth de Macedo Soares, Sara de Macedo Soares, Débora de Macedo Soares, Julião Rangel de Macedo Soares, Abigail de Macedo Soares, Alexandre Álvares de Azevedo Macedo e Paulo Amador Bueno de Macedo Soares.

Faleceu  no Rio de Janeiro a 14 de agosto de 1905, e foi sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

Deixou inúmeros trabalhos jurídicos e literários, e dentre eles destacamos:

  • Dicionário brasileiro da língua portuguesa elucidário etimológico crítico das palavras e frases que, originárias do Brasil, ou aqui populares, se não encontram nos dicionários da língua portuguesa, ou neles vem  com forma ou significação diferente;
  • Genealogia das principais e mais antigas famílias da corte e província do Rio de Janeiro;
  • Campanha jurídica pela libertação dos escravos, 1867 a 1888;
  • Dicionário brasileiro de língua portuguesa;
  • Questões de direito e praxe criminal, civil, comercial, orfanológico e administrativo;
  • Tratado jurídico prático da medição e demarcação das terras tanto particulares, como públicas para uso dos juízes, advogados, escrivães, pilotos e mais pessoal dos juízos divisórios;
  • Tratado regular e prático dos testamentos e sucessões, ou, compêndio metódico das principais regras e princípios que se podem reduzir das leis testamentárias, tanto pátrias como subsidiárias;

e a clássica Nobiliarquia Fluminens”, em dois volumes, onde traçou a genealogia de antigas famílias da Corte e da Província fluminense.

Fontes: Carta Mensal, do Colégio Brasileiro de Genealogia, nº 18, dezembro 1990; Boletim do Instituto Genealógico da Bahia, 2005.

Volatr ao topo