Renato Berbert de Castro
Filho de Epaminondas Berbert de Castro e Carmosina Chaves de Souza Pinto, nasceu a 15 de junho de 1924 em salvador, Estado da Bahia. Neto paterno de Ramiro Ildefonso de Castro, o Coronel Ramiro imortalizado pelo escritor Jorge Amado. Casou em Salvador, 15.06.1949 com Hilda Ballalai, nascida em salvador a 23.01.1930, filha de Adolfo Ballalai Júnior e Zelinda Freire Portal povoas. Foram pais de Renato Adolfo (1950), Fernando (1951), Roberto (1952); e Eduardo (1955). Faleceu em Salvador no dia 28 de junho de 1999. Advogado. “Fez o curso secundário no Ginásio Carneiro Ribeiro (1940) e o complementar no Colégio Estadual da Bahia (1942). Diplomou-se na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia a 08.12.1947. Foi inspetor federal de ensino, depois técnico em assuntos educacionais (1961-1970), cargo em que se aposentou. Exerceu atividades privadas como agente de navegação de vapores franceses. Foi diretor do Arquivo Público do estado da Bahia (1970-1975). Integrou o Conselho estadual de Cultura-BA (1971-1975), ocupando sua vive-presidência de 1973 a 1975, e a presidência de 1992 a 1995. Eleito para a Academia de letras da Bahia em 05.09.1979, tomou posse em 9 de outubro do ano seguinte. (…) Fundador da Sociedade Numismática da Bahia. Conforme assinala seu irmão José Augusto Berbert de castro, foi ele, sobretudo, um grande colecionador desde a infância, possuindo todas as estampas do sabonete Eucalol, carteiras de cigarro e caixinhas de fósforo. (…) A mais notável de suas coleções foi, sem dúvida, a bem formada biblioteca de autores baianos que passou à Fundação Clemente Mariani. Biblioteca que se constituiu em núcleo de consulta para os pesquisadores de literatura baiana. Do mesmo modo, colecionou pratos brasonados, vendidos ao Museu de Arte da Bahia. Aceito como membro do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia em 1947, entrou para sua diretoria em 1958, nela permanecendo sem interrupção, até o seu falecimento. Foi eleito sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – IHGB em 1975, por indicação do historiador Pedro Calmon.” Associou-se ao Colégio Brasileiro de Genealogia em 29 de maio de 1990. “ Era um pesquisador sério, profundo e confiável, possuía inclinação natural para a investigação científica. A sua contribuição para a história da imprensa tipográfica baiana e nacional é significativa e duradoura, como ressaltou Luís Guilherme Pontes Tavares, em tese defendida na Universidade de São Paulo. Seus trabalhos na área são referência obrigatória, principalmente a história de A primeira imprensa da Bahia e suas publicações: Tipografia de Manuel Antonio da Silva Serra, 1811-1819. Governo do Estado da Bahia, 1967 (Prêmio Wanderley Pinho); A Tipografia imperial e nacional da Bahia. São Paulo: Ática, 1978 (mais uma vez, Prêmio Wanderley Pinho); História dos primeiros selos comemorativos do Brasil. São Paulo: 1957 (Medalha de Prata no concurso Francisco Sanches); Catálogos de pesquisa numismática (na 1ª Exposição de Filatelia e Numismática de Piracicaba-SP). Como pesquisador da memória institucional, qualificou-se como um dos melhores conhecedores da história da Academia de Letras da Bahia; começou elaborando o Breviário da Academia de Letras da Bahia: 1917-1985, 1917-1994 (1985-1994), em duas edições; prosseguiu na fixação das bibliografias dos acadêmicos Carlos Eduardo da Rocha (1985) e Luiz Viana Filho (1986); publicou estudos sobre Xavier Marques e a Academia brasileira de Letras (1996); As candidaturas de Almachio Diniz e Wanderley Pinho (1999); Em torno da vida de Junqueira Freire (1980); Os fundadores da Academia de Letras da Bahia (1998). Como cultor da história publicou: Os vice-presidentes da Província da Bahia: 1824-1934 (1984). Também de sua autoria tem-se: Bibliografia e notas para a biografia de Bernardino José de Souza (1984); Carta-Parecer sobre a bandeira e o brasão da Bahia (1982). São vários os seus trabalhos sobre história relacionada com a moeda: Catálogo dos 90 réis da Casa da Moeda da Bahia (1970); A Casa da Moeda da Vila de Cachoeira e sua cunhagem (1973); As cédulas do Banco Central do Brasil (1989); O fechamento da Casa da Moeda da Bahia e os 80 réis de 1931 (1996). Ainda escreveu História dos primeiros selos comemorativos do Brasil (1957); e Alegres e tristes (1997). Publicou na Revista do IHG da Bahia: O historiador Francisco Borges de Barros, n.98, 1978, pp. 185-187; Bibliografia de Francisco Borges de Barros, n. 87, 1978. pp. 189-225; A autoria do drama: pecado da mocidade, n. 90, 1992, pp 25-31. Na qualidade de pesquisador da vida acadêmica baiana e da imprensa nacional, trouxe significativo legado ao patrimônio comum do conhecimento. Pelos inúmeros serviços prestados a todas as entidades a que pertenceu, teve o merecido reconhecimento”.
Revista do Instituto Genealógico da Bahia, Edição Comemorativa, 60 anos, nº 22/2005.