Abeillard Vaz Dias Barreto
Filho de Antonio Joaquim Barreto e Honorina Vaz Dias Barreto, nasceu em 20 de junho de 1908, na cidade de Rio Grande, Estado do Rio Grande do Sul. Casou em 1930 com a conterrânea Maria Pia da Silva, filha do Dr. Pio Ângelo da Silva Filho e Celina Daniela da Silva, havendo desse matrimônio duas filhas: Alice e Lucy. Faleceu no Rio de Janeiro em 03 de novembro de 1983. Os cursos primário e secundário foram feitos na cidade natal, no Deutsch Vereinschule – depois Colégio Riograndense, e no Ginásio Lemos Brito. Funcionário do Banco do Brasil, iniciou sua carreira na instituição em 1926, sendo gerente no período de 1943 a 1946 na agência central de Porto Alegre. Em 1949, também como Gerente, foi transferido para Montevidéu, Uruguai. Aposentou-se em 1958. Mais tarde, fixou residência no Rio de Janeiro, onde terminou seus dias. Membro dos Institutos Históricos e Geográficos Brasileiro e do Rio Grande do Sul; e do Instituto Geográfico del Uruguay, além de ter sido membro da Academia de História da Marinha de Portugal. Fundou em 1937, em Rio Grande, o Centro de Pesquisas e Estudos Históricos, órgão ligado à Biblioteca Riograndense. Foi professor de nível superior no Rio de Janeiro. Fez parte de comissões mistas Brasil-Uruguai, Brasil-Argentina e Brasil-Chile, além de atuar como Delegado-representante do Brasil na CEPAL –Comissão Econômica para a América Latina , e na OEA – Organização dos Estados Americanos. Em 1972, participou da elaboração da História do Exército Brasileiro, obra em 3 volumes. Em 1976 foi escolhido Coordenador Geral da Comissão Diretora do Simpósio Comemorativo do Bicentenário da Restauração do Rio Grande, evento este que teve como presidente Pedro Calmon, então à frente do IHGB – Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Do simpósio resultaram 4 volumes publicados. Colaborou na edição do Tomo II, 2º volume, da História Naval Brasileira, e seus trabalhos ocuparam metade das 494 páginas desse segundo volume. É inegável sua contribuição, no campo cultural, à cidade de Rio Grande, onde nasceu, e onde seu nome foi dado a duas salas: uma, na Biblioteca Rio-Grandense, que muitos anos presidiu, e à qual expressamente legou as obras raras de sua biblioteca particular; e outra, no Centro Municipal de Cultura.
São de sua autoria:
- Conferências publicadas no 2º Volume dos “Anais do Simpósio Comemorativo do Bicentenário da restauração do Rio Grande 1776-1976”, 1979:
– As primeiras investigações científicas no Rio Grande do Sul;
– Fontes para o estudo da história da ocupação espanhola do Rio Grande do Sul 1763-1777;
– A ocupação espanhola do Rio Grande de São Pedro;
– A expulsão dos espanhóis do Rio Grande de São Pedro. - No 2º volume, Tomo II, “História Naval Brasileira”
– A expedição de Silva Paes e o Rio Grande de São Pedro;
– Tentativas espanholas de domínio do sul do Brasil 1741-1774;
– A opção portuguesa: restauração do Rio Grande e entrega da Colônia do Sacramento 1774 – 1777 - A expedição de Silva Paes e o Rio Grande de São Pedro;
- A Colônia do Sacramento – aspectos da fundação e defesa;
- Os primórdios da imprensa no Rio Grande do Sul;
- Aspectos políticos da Fundação do Rio Grande;
- Os Sete Povos das Missões e o Padre José Cardiel – ensaio histórico – 1946;
- Viajantes estrangeiros no Rio Grande do Sul até 1900 – 1962;
Sua obra de maior relevância é:
- Bibliografia sul-riograndense – a contribuição portuguesa e estrangeira para o conhecimento e a integração do Rio Grande do Sul – em 2 volumes, grande formato, 1556 págs, edição do Conselho Federal de Cultura, 1973 e 1976, impressão pelo Departamento de Imprensa Nacional. Obra-prima de grande destaque no Brasil e no exterior.