Albert de Selliers de Moranville

Filho de Antonin de Selliers de Moranville e Octavie Hector, nasceu a 7 de outubro de 1884 em Saint-Gilles, Bruxelas, Bélgica. Casou-se em 05.10.1908 com Valérie de Laminne, nascida a 08.04.1887, sendo pais de Charles, Ernest, Marthe e Philippe. Militar, Coronel da reserva. Estudou no Colégio Saint-Michel e na Academia Real Militar. No posto de tenente, exerceu a função de instrutor de equitação dos novos recrutas na Academia. Aos 23 anos, numa apresentação na pista de Ostende, chamou a atenção do monarca belga, tendo passado a ser, então, ordenança do Rei Leopoldo II até a morte deste, em 17 de dezembro de 1909. Sua função exigia total dedicação ao monarca, que, com o tempo, passou a chamá-lo “Albert” e até mesmo “meu filho”. Dedicado à careira militar, foi designado, em 1914, para a fronteira alemã, onde foi o primeiro oficial a testemunhar a invasão do território belga. Na ocasião, foi capturado pelos invasores e feito prisioneiro na Holanda. Mais tarde, de volta à vida civil, atuou como administrador em estabelecimento agrícola de extração de borracha e óleo de palma perto de Matadi, porto do Congo; a seguir, numa fazenda de criação de animais para extração de peles e couro na América do Norte e, por fim, nas estradas de ferro dos Grandes Lagos africanos, sociedade onde foi diretor. Mas não esqueceu sua primeira paixão e como coronel da reserva, retorna ao serviço militar na II Guerra, participando da resistência ativa, e assumindo a função de Chefe da Censura militar e mais tarde responsável pela formação dos oficiais da reserva e pelo quadro de intérpretes por ocasião da libertação da Bélgica pelos aliados. Aposentado, ingressou na carreira política, sendo Conselheiro Municipal de Ixelles de 1946 a 1955. Nesse período, aproveitou a oportunidade para fundar a “Associação do Amigos de Lepoldo II” e o Museu da Dinastia, que reúne as lembranças curiosas e tocantes da família real depois de Leopoldo I. Foi também um dos fundadores do Office Généalogique et Héraldique da Bélgica. Passou dos cem anos de idade, tendo se casado a segunda vez aos 104 anos, com sua antiga enfermeira e dama de companhia. Membro da Association Royale le Musée de la Dynastie, da Comissão administrativa da Societé Royale d’Archiologie de Bruxelas, da Comission Departamentale dês Monuments Historiques du Pas-de-Calais, além de outras numerosas associações e organizações. Associou-se ao Colégio Brasileiro de Genealogia em 30 de agosto de 1958. Foram-lhe outorgadas diversas medalhas e comendas, entre elas a de Grande Oficial da Ordem de Leopoldo II. Tinha particular apreço pelas medalhas obtidas em concursos hípicos, com destaque para o Grand Prix Meggenhorm, ganho em 1912 em Lucerna. Sua família é originária de Arras. Seu ancestral Alberto, como ele, foi camareiro do Imperador da Áustria e tomou parte nas campanhas contra Napoleão. Seu pai, Antonin, foi Chefe do estado maior do Exército em 1914, e nomeado pelo Rei Alberto Inspetor Geral do Exército, tendo sido um dos arquitetos da vitória de 1918, na função de comandante dos centros de instrução criados na Normandia. Autor de artigos de heráldica e genealogia, além da obra Les Patriciens d’Arras sous la Renaissance – em co-autoria com J. Lestocquoye, Presidente da Academia d’Aras. Albert de Selliers de Moranville faleceu no dia 8 de janeiro de 1990, com 105 anos de idade, tendo a função religiosa de seu falecimento sido celebrada na Igreja da Santa Cruz em Ixelles e seu sepultamento ocorrido no Cemitério de Neder-over-Heembeek.

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