Alípio Mendes
Nasceu em Angra dos Reis – RJ, em 09 de setembro de 1921. Filho de Ostiano Mendes e Eurídice de Oliveira Mendes. Como escreveu sobre ele Francimar Pinheiro, do Ateneu Angrense de Letras e Artes, “Alípio fez de tudo um pouco, de vendedor de doces a telegrafista; de Serventuário da Justiça, função na qual se aposentou, a pesquisador e historiador, passando pela de jornalista. Na verdade foi um autodidata.” E, sempre em Angra dos Reis, ele foi mesmo vendedor de doces no cinema Astória, vendedor de entradas também ali, balconista do Armazém Santa Luzia, entregador de compras da Casa Monte Serrat, sacristão da Igreja Matriz de N.Sra. da Conceição, empalhador de cadeiras e lustrador de móveis, auxiliar de escrita no escritório de contabilidade Joel Rubião Moreira, mensageiro e depois telegrafista do Departamento de Correios e Telégrafos, Oficial de Justiça da Comarca, Gerente-Procurador da Indústria de Bacalhau Nacional S/A, funcionário da Prefeitura Municipal, escrevente do Cartório de Paz dos 1º e 5º Distritos, Tabelião Oficial do Registro Civil, vitalício, do Cartório de Paz do 5º Distrito. Foi também Membro da Comissão Municipal de Preços e do Corpo de Jurados da Comarca; auxiliar Cartorário no Cartório do 1º Ofício da Comarca de Paraty; funcionário da Caixa de Crédito de Pesca – Ministério da Agricultura; agente-recenseador do Recenseamento Geral de 1940; Diretor-Substituto do jornal O Litoral, Diretor-Proprietário dos jornais O Angrense e Gazeta de Angra. Diz mais dele o citado Francimar Pinheiro, do Ateneu Angrense: Nasceu com Angra no coração, adquiriu vários documentos importantes e anotou todas as informações possíveis que testemunharam a história de seu torrão natal. Foi presença marcante em muitos congressos, simpósios e encontros onde podia aprimorar seus conhecimentos, dar sua contribuição cultural e mostrar Angra dos Reis a todas as pessoas. Alípio Mendes foi uma pessoa simples, generosa, tenaz e competente. Nunca deixou de dar atenção a quem o procurava na cidade em busca de informações sobre o município. Tinha um carinho muito grande com os artistas, escritores e poetas angrenses. Em 20 de abril de 1973 fundou, com um grupo de amigos, o Ateneu Angrense de Letras e Artes, do qual foi presidente por vários anos, além de dirigir a Revista do Ateneu durante 10 anos. Foi o criador do Conselho Municipal de Cultura, que também presidiu, e com sua atuação incentivou a que se escrevessem e publicassem diversas obras sobre a história de Angra dos Reis, além de promover eventos culturais de diversas naturezas. Fez parte de incontáveis instituições culturais, a saber: Institutos Históricos e Geográficos: Brasileiro, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de Sergipe, de Paranaguá-PR, de Sorocaba-SP, de Juiz de Fora-MG, de Santos-SP, de Jaguarão-RS, de Guarujá-Bertioga-SP; outros Institutos: de Geografia e História Militar do Brasil, Histórico Fluminense, Histórico de Paraty, de Estudos Valeparaibanos, Genealógico Brasileiro, Histórico do Amazonas, Cultural do Vale do Cariri-CE, Campista de Literatura, Hans Staden-SP, de Investigaciones Genealógicas (Lima,Peru), Histórico de Petrópolis, Brasileiro de Estudos Monárquicos; Academias: Brasileira de Imprensa-ABI, Fluminense de Letras, Internacional de Letras Três Fronteiras (Uruguaiana-RS), Internacional de Heráldica e Genealogia, Marianense de Letras (Mariana-MG), Cearense de Letras, de Letras e Artes de Nova Iguaçu-RJ, de Letras do Estado do Rio de Janeiro, de Letras de Ipatinga-MG, Poçoscaldense de Letras-MG (Poços de Caldas-MG), Anapolina de Filosofia,, Ciências e Letras (Anápolis-GO), de Letras e Artes de Paracambi-RJ, Municipalista de Letras de Minas Gerais, Piracicabana de Letras (Piracicaba-SP), Piauiense de Letras, Paranaense de Letras, Itaboraiense de Letras, Ciências e Artes (Itaboraí-RJ), Norte-Riograndense de Letras, Pedralva de Letras e Artes (Campos-RJ), Niteroiense de Letras (Niterói-RJ), de Letras da Fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul (Uruguaiana-RS) e diversas outras sociedades, associações e agremiações culturais, que preencheram 4 (quatro) folhas datilografadas pelo próprio Alípio, em nosso poder. No Colégio Brasileiro de genealogia ingressou em 11 de outubro de 1988. Recebeu diversos prêmios e menções por seus trabalhos e sobre Angra dos Reis, publicou: O Velho Convento (1967); Ouro, Incenso e Mirra (1970); Poetas da Minha Terra (1971); A Santa Casa de Angra (1972); Os Barões de Angra (1978); O Convento de Nossa Sra. Do Carmo da Ilha Grande (1980) e A Igreja Matriz de Nossa Sra. Da Conceição de Angra dos Reis (1986). Além desses, foi autor também de: Vereador Benedito Adelino Santos de Souza (1970); Doutor Armando de Carvalho Jordão (1972); A Índia feiticeira ou O Milagre de Nossa Senhora – cordel (1978); Fagundes Varela em Angra dos Reis (1979); A Imprensa Angrense – discurso de posse no IHGB em 09.03.1983. Faleceu aos 76 anos, no dia do aniversário de sua cidade, aos 06 de janeiro de 1998.