D. João de Orléans e Bragança e Dobrzensky †

Dom João Maria Felipe Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orleans e Bragança e Dobrzensky de Dobrzenicz nasceu em Boulogne-Billancourt, Altos do Sena, no dia 15 de outubro de 1916. Príncipe de Orleans e Bragança, filho do príncipe D. Pedro de Alcântara de Orleans e Bragança e da condessa Elisabeth Dobrzensky de Dobrzenicz.

Nascido na vigência do banimento da família imperial brasileira, cresceu na propriedade de seus avós, o castelo d’Eu. Conheceu o Brasil em 1920 e, a partir de 1922, estabeleceu-se em definitivo no país. Morou com os pais em Petrópolis, onde concluiu seus estudos.

Pretendia ingressar na marinha de guerra do Brasil, mas o presidente Getúlio Vargas declarara que não desejava ver um príncipe herdeiro na Marinha. Reprovado nos testes de admissão sem razão alguma, conseguiu ingressar na aviação naval, graças ao auxílio do almirante Castro e Silva. Formou-se segundo-tenente e passou a trabalhar no correio aéreo nacional. Mais tarde, com a criação da Força Aérea Brasileira, passou a integrar seus quadros.

Pertenceu, bem como seu pai, à Ação Integralista Brasileira, organização fundada e liderada por Plínio Salgado, renomado escritor e jornalista de São Paulo. Foi ferido sem gravidade durante o levante de 11 de maio, no qual liberais, integralistas e militares descontentes invadiram o Palácio da Guanabara (ironicamente a ex-residência da avó de D. João Maria, a Princesa Isabel do Brasil) para depor Getúlio Vargas.

Bon vivant e galanteador, fez parte do “Clube dos Cafajestes”, um grupo formado por jovens cariocas da alta sociedade e boêmios, que circulavam nas altas rodas do Rio de Janeiro.

Fez cursos de aperfeiçoamento nos Estados Unidos e durante a Segunda Guerra Mundial patrulhou as costas brasileiras. Chegaria à patente de tenente-coronel da Força Aérea Brasileira. Tornou-se mais tarde piloto comercial junto à extinta Panair do Brasil, estabelecendo rotas comerciais no exterior e alcançando o cargo de vice-presidente da companhia.

Em uma viagem ao Cairo, conheceu Fatma Chirine, (Cairo, 19.04.1923 – Rio de Janeiro, 14.03.1990), filha de  Ismail Chirine Bey e Aicha Mussallam, viúva de Hassan Omar Tussum. Casou-se em Sintra, Portugal, no dia 29 de abril de 1949 e divorciaram-se em 1971. Foi pai de D. João Henrique de Orleans e Bragança, conhecido como D. Joãozinho, fotógrafo conceituado e esportista, nascido em 1954.

Posteriormente, estabeleceu-se na cidade de Parati, Estado do Rio de Janeiro, onde se tornou renomado produtor de aguardentes. Casou-se novamente no civil em Petrópolis, aos 29 de abril de 1990, e no religioso no Rio de Janeiro, aos 15 de maio de 1990, com Teresa da Silva Leite, nascida em Ubá, Estado de Minas Gerais, em 11 de janeiro de 1926.

Lançou um livro de memórias em parceria com o escritor J. A. Gueiros, intitulado Memórias de um príncipe, pela Editora Record, em 1997.

Faleceu com 88 anos, no dia 27 de junho de 2005, domingo, depois de dois meses internado num hospital da Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, em conseqüência de um derrame.

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