Egon Wolff

Nasceu em 28 de julho de 1910, em Budsin, então pertencente à Alemanha, mas depois integrado à Polônia, filho de Nathan Wolff e de Dorothea Wolff. Faleceu no Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro, em 23 de janeiro de 1991.

“Começou os estudos primários em Budsin.  Em 1920, a família mudou-se para Herne, na Vestfália, onde estudou até 1928, quando se transferiu com o pai para Berlim, onde cursou o último ano do ginasial. Em 1930 iniciou o curso de Direito. Devido á ascensão de Hitler, deixou a universidade em 1933 sem defender a tese, que versava sobre Direito Penal. Passou cinco meses em Paris, sem receber permissão para trabalhar, voltando, ainda em 1933, para Berlim. Nesta cidade casou-se, em dezembro de 1934, com Frieda Poliwoda, emigrando com ela para o Brasil.

Viveram, de fevereiro de 1936 a outubro de 1948 em São Paulo. Trabalhou inicialmente como tradutor, depois estabeleceu firma própria de importação e distribuição de artigos de ótica, da qual se desligou em 1969. Desde 1948 passara a residir no Rio de Janeiro.

Naturalizou-se brasileiro em 1951. Foi tesoureiro da então Policlínica Israelita, mais tarde Hospital Israelita, de 1961 a 1963 e presidente (duas gestões) de 1963 a 1967. Começou em 1965 pesquisa a respeito da História dos Judeus no Brasil, escrevendo artigos para o Boletim Informativo da instituição,” (Dicionário Biobibliográfico do IHGB)

A partir de 1969, aposentado, passou a dedicar-se exclusivamente à pesquisa histórica, não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos, Europa, Israel, Suriname e Antilhas, com o objetivo de levantar a história dos judeus no Brasil.  Sua pesquisa, sempre em conjunto com a esposa, resultou em mais de trinta livros, alguns citados adiante, vários deles premiados, além de incontável soma de artigos, conferências e palestras, todos voltados para o resgate da história judaica brasileira.

Pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, onde ingressou em 1981 como sócio honorário, sendo elevado a efetivo logo depois. Foi membro, também, dos Institutos Históricos do Rio de Janeiro (onde foi tesoureiro), Rio Grande do Norte e Espírito Santo, da Academia Paulistana de História e da União Brasileira de Escritores-SP. Egon e Frieda foram fundadores do Arquivo Histórico Judaico-Brasileiro, em São Paulo.

Ingressou no Colégio Brasileiro de Genealogia em 1988, sendo quase que imediatamente eleito Titular, o que ocorreu em  18 de agosto do mesmo ano.

Escreveu mais de 300 artigos em jornais e revistas brasileiros, e alguns em inglês e francês, para Strudia Rosenthaliana, de Amsterdam, e Archives Julves, de Paris.  Foi membro da redação da revista Menorah, do Rio de Janeiro e correspondente responsável pelo Brasil de revista americana de genealogia.

Obras, em co-autoria com Egon:

  • Judeus no Brasil Imperial – São Paulo, 1975;
  • Sepulturas de israelistas – São Francisco Xavier, Rio de Janeiro – São Paulo, 1976;
  • A odisséia dos judeus de Recife – São Paulo, 1979;
  • Judeus nos primórdios do Brasil República – visto especialmente pela documentação no Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, 1981. Prêmio Clio de História do Império 1982 da Academia Paulistana de História;
  • Sepulturas de israelitas II – uma pesquisa em mais de 30 cemitérios não-israelitas – Rio de Janeiro, 1983;
  •  D. Pedro II e os judeus – São Paulo, 1983. Prêmio Clio de História do Império 1984;
  • Natal – uma comunidade singular – Rio de Janeiro, 1984;
  • Participação e contribuição de judeus ao desenvolvimento do Brasil – Rio de Janeiro, 1985;
  • Dicionário-biográfico I – judaizantes e judeus no Brasil  1500 -1508 – Rio de Janeiro, 1986;
  • Campos- ascensão e declínio de uma coletividade – Rio de Janeiro, 1986;
  • Horácio Lafer – São Paulo, 1986;
  • Pérolas de um povo – Rio de Janeiro, 1987;
  • Dicionário biográfico II – judeus no Brasil, século XIX – Rio de Janeiro, 1987;
  • Crônicas do nosso arquivo – Rio de Janeiro, 1987;
  • Dicionário biográfico III – testamentos e inventários – Rio de Janeiro, 1987;
  • Sepulturas de israelitas III – as mishpakhot de Belém – Rio de Janeiro, 1987;
  • D. Pedro I e os judeus – Rio de Janeiro, 1987;
  • Judeus, judaizantes e seus escravos – Rio de janeiro, 1987;
  • Guia histórico-sentimental judaico-carioca – Rio de Janeiro, 1987;
  • Dicionário biográfico IV – processos de naturalização de israelitas século XIX – Rio de Janeiro, 1987;
  • Depoimentos – um perfil da coletividade judaica brasileira – Rio de Janeiro, 1988;
  • Conferências e comunicações em institutos históricos – Rio de Janeiro, 1988;
  • Documentos I – Contratos comerciais A – K – século XIX – Rio de Janeiro, 1988;
  • Guia histórico da comunidade judaica de São Paulo – São Paulo, 1988;
  • Documentos II – Contratos comerciais L – Z – século XIX – Rio de Janeiro, 1988;
  • Documentos III – estatutos – Rio de Janeiro, 1988;
  • Documentos IV – uma amostragem documentária e fotográfica – Rio de Janeiro, 1989;
  • Judeus em Amsterdã – seu relacionamento com o Brasil 1600 – 1620 – Rio de Janeiro, 1989;
  • Breve revista histórica da Sociedade Cemitério Israelita de São Paulo – São Paulo, 1989;
  • Sepulturas de israelitas IV – simbolismo e arte sepulcral judaica – Rio de Janeiro, 1989;
  • Genealogia carioca – a família Hime – CBG, 1990;
  • Dicionário biográfico V – judaísmo e judeus na bibliografia em língua portuguesa – Rio de Janeiro, 1990;
  • Judeus e judaísmo vistos por não israelitas – particular, 1990;
  • Perfis do século XX – particular, 1990;
  • O cristão-novo na obra de Carlos Rheingantz – particular, 1990;
  • O índio, o negro e seus descendentes na obra de Carlos Rheingantz – particular, 1990;
  • Quantos judeus estiveram no Brasil Holandês? E outros ensaios– particular, 1991;

Iniciados por Egon e completados por Frieda:

  • Dicionário biográfico VII – processos de Inquisição de Lisboa referentes a pessoas nascidas ou residentes no Brasil e outros estudos – particular, 1991/1992.
  • Quantos judeus no Brasil de acordo com o censo?
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