Gilda de Azevedo Becker Von Sothen

Gilda de Azevedo Becker Von Sothen nasceu Gilda Guimarães de Azevedo, no Rio de Janeiro, na casa dos seus pais, à Rua Salvador Correa nº 11 – local aonde, mais tarde, foi aberta a Avenida Princesa Isabel – em 05 de julho de 1921. Filha de José Philadelpho de Barros e Azevedo, advogado, jurista, professor e magistrado, Ministro do Supremo Tribunal Federal e, como tal, Prefeito do Distrito Federal, e Juiz da Corte Internacional de Justiça de Haya, e de Vera Leite Ribeiro Guimarães.

Fez todos os seus estudos no Rio de Janeiro: o primário em um colégio inglês, na Praça Serzedelo Correa, e na Escola Rodrigues Alves, no Catete; a admissão no Colégio Pedro II; o ginásio no Colégio São Paulo, em Ipanema; e o superior na Faculdade Nacional de Direito, onde foi aluna de grandes juristas como Arnoldo Medeiros da Fonseca, Haroldo Valadão, Pedro Calmon, Philadelpho Azevedo e Luiz Antonio da Costa Carvalho; colega de personagens como os advogados Helio Bello Cavalcanti e Hermano de Villemor Amaral, o desembargador Paulo Dourado Gusmão, o embaixador Vasco Mariz, a escritora Clarice Lispector, o jornalista Rogério Marinho; e se graduou em 1943.

Aos 15 anos passou a colaborar com o pai, ficando responsável pela correspondência, biblioteca e tradução de obras jurídicas, dentre as quais se destaca “Aspectos Jurídicos do Capitalismo Moderno”, de Georges Ripe, ao qual teve a oportunidade de entregar um exemplar da tradução, pessoalmente, em Paris.

Em março de 1946 acompanhou seu pai a Haya, onde permaneceu até 1951, quando, após o seu falecimento, retornou ao Brasil. Passou, então, a dedicar-se exclusivamente a mãe, que veio a falecer em 1957.

Nesse ínterim conheceu o diplomata alemão Hans Christoph Becker Von Sothen, que estava a serviço no Brasil.  Após o falecimento da mãe, voltou a reencontrá-lo em uma festa na Embaixada do Brasil em Bonn, e acabaram se casando, em 28 de outubro de 1958, em solenidade realizada na residência do Embaixador do Brasil na Alemanha, Abelardo Bueno do Prado.

Com o casamento, transferiu sua residência para a Alemanha e acompanhou seu marido em missões diplomáticas na Bélgica, Itália, Peru e Paraguai, locais em que, como estudiosa, buscou conhecimentos sobre a cultura nacional, chegando mesmo a se aventurar pelo aprendizado do tup–guarani. O casal teve dois filhos: Vera e Otto Rudolph.

Em 1975, após a aposentadoria do marido, retornou em definitivo ao Brasil. Em 1980 ficou viúva.

Seu interesse pela genealogia despertou cedo, mas considera seu ponto de partida o momento em que, aos 15 anos, escreveu uma carta ao então respeitado historiador Affonso de Taunay, formulando questionamentos sobre o parentesco e a ascendência comum a ambos.

Em 1950, em uma festa na casa da família Grandmasson, na Praia de Botafogo, do inconformismo com a morosidade da correspondência dos pesquisadores com o Instituto Genealógico de São Paulo, resolveu fundar, com seu amigo Carlos Grandmasson Rheigantz, um centro de estudos genealógicos no Rio de Janeiro. Da iniciativa de ambos nascia, assim, o Colégio Brasileiro de Genealogia, do qual é uma das sócias fundadoras, ocupando, atualmente a Cadeira nº  13 , cujo patrono é o historiador Affonso d´Escragnolle  Taunay.

Desde então, vem atualizando suas pesquisas genealógicas e apoiando e incentivando, com grande entusiasmo, os pesquisadores novos e as iniciativas do Colégio Brasileiro de Genealogia.

Faleceu no Rio de Janeiro no dia 23 de agosto de 2013.

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