Mário Teixeira de Carvalho
Filho de Miguel Teixeira de Carvalho Filho e Maria Martins Ferraz, nasceu a 4 de fevereiro de 1906 em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul. Batizado em 12 de maio do mesmo ano, na Igreja N.Sra. da Conceição. Em 12 de setembro de 1933, casou com Aracy Rizzo Simon, nascida em 14.08.1910 em Bento Gonçalves – RS, filha de Fidelis Simon e Ermínia Rizzo, com quem teve três filhos, Miguel, Maria Ermínia e Heloisa Helena.
Recebeu cuidadosa educação, tendo cursado o Colégio Anchieta, instituição de referência em Porto Alegre, na época. Dividido entre duas vocações, o Jornalismo e a Medicina, trabalhou inicialmente n’O Jornal no Rio de Janeiro, e depois como redator do Correio do Povo, da cidade natal. Culto, leitor voraz, tinha extensa biblioteca que ocupava todas as paredes de seu gabinete.
Formou-se em 1932 pela Escola de Medicina da Universidade do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, na área de Fisiatria. No exercício desta profissão, em Porto Alegre, Chefe do Serviço de Assistência aos Alienados no Hospital Municipal São Pedro e um dos fundadores e empreendedores do Hospital das Clínicas – mais tarde Hospital do Médico, Hospital Geral e atualmente Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas.
Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, da Academia Riograndense de Letras, dos Institutos de Estudos Genealógicos do Rio Grande do Sul e de São Paulo, da Sociedade de Geografia de Lisboa, do Colégio Aráldico de Roma e do Heraldezve Kollegium de Varsóvia.
Surpreendido pelo diagnóstico de tuberculose, patologia adquirida no contato com seus pacientes – e na época sem possibilidade de tratamento, faleceu em Porto Alegre aos 38 anos, no dia 20 de setembro de 1945, sendo sepultado no túmulo da família no Cemitério São Miguel e Almas. Sua morte precoce interrompeu sua derradeira iniciativa, uma Clínica de Medicina Fisioterápica, disciplina na qual era pioneiro no Estado do Rio Grande do Sul.
Historiador e genealogista de mérito, são de sua autoria:
- O Nascimento de Gaspar Silveira Martins – tese, I Congresso de História e Geografia Sul Riograndense, 1936;
- Memória da Criação do Serviço de Correio na Província de São Pedro – ensaio, I Congresso de História e Geografia Sul-Riograndense, 1936;
- História da Colonização Italiana no Rio Grande do Sul – 1938;
- Estandarte da Antiga Câmara Municipal de Rio Pardo – monografia, Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul nº 14, 1939;
- A Família Pinto Bandeira – monografia, III Congresso de História e Geografia Sul- Riograndense, 1940;
- Catálogo de Inventários de Alegrete – Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, nº 80 e 81, 1940-41;
- O Regimento dos Dragões. Notas Documentais – Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, nº 68.
- Nobiliário Sul-Riograndense – 1937, reeditado em 2011 pela Edigal – Editora e Distribuidora Gaúcha Ltda.
Sem favor uma das maiores obras da genealogia gaúcha. Com base em cerca de três mil e quinhentos documentos existentes no Arquivo Público do Rio Grande do Sul, são 355 páginas colecionando a genealogia, a heráldica e a biografia dos titulares do Rio Grande do Sul. Obra preciosa, com desenhos e retratos a bico de pena, índices de titulares e de fidalgos, índices de apelidos de família. Trata da descendência de cinqüenta e nove titulares nascidos no Rio Grande do Sul, de dez titulares nascidos em Portugal mas radicados no Rio Grande do Sul, de nove titulares casados com senhoras naturais do Estado, de quinze titulares com relações de parentesco com famílias sul-riograndenses, e titulares cuja designação do título é evidentemente de origem sul-riograndense, como sejam, os Barões de Alegrete, Bagé, Batovi, Camaquã, Guaíba, Itapevi, Irapuá, Rio Pardo, Saicam, São Borja, São Simão, o Visconde de São Leopoldo, os Condes de Rio Pardo, São Simão. Inclui ainda o Barão de Cerro Largo, nascido no Uruguai e o Barão de Thomsen, nascido na Alemanha, ambos com vínculos com o estado.
Agradecimentos ao filho Miguel Teixeira de Carvalho