Pedro Taques de Almeida Paes Leme
Nasceu na cidade de São Paulo em fins de junho de 1714, provavelmente a 29, como registra um de seus biógrafos. Filho de Bartolomeu Paes de Abreu, juiz ordinário em São Paulo, e de Leonor de Siqueira Paes.
Do pouco que se sabe sobre sua infância, temos que freqüentou o colégio dos jesuítas em São Paulo, obtendo o grau de mestre em artes e, o que era raro na época, aprendendo o idioma francês.
Sua vida profissional começa em 1737, quando assume o posto de sargento-mor do regimento da nobreza de sua cidade. Paralelamente à vida militar, empenhava-se em pesquisas históricas e genealógicas, e em 1742 estudou a história dos Buenos.
Foi sargento-mor até 1748, quando lançou o título dos Arrudas Botelhos e, ao mesmo tempo, voltou-se para a atividade de mineração nas lavras de Goiás, em busca de melhores rendas. Foi então nomeado pelo Conde dos Arcos, em 1750, escrivão da Intendência Comissária e Guardamoria do distrito de Pilar, servindo também como provedor dos defuntos e ausentes, além de tabelião.
No começo de 1754 retorna a São Paulo, em boa situação financeira, e escreve sobre a capitania de São Vicente, defendendo os direitos do conde de Vimieiro. Parte, então, para Lisboa para entregar o documento de defesa, em 1755, e o terremoto que ali se deu logo após a sua chegada, arrasa a cidade e faz com que se percam seus apontamentos, e seus bens. Sem seus trabalhos sem nenhum bem material, ainda o acomete uma doença grave que o leva ao leito pro vários meses, sendo tratado por um casal amigo.
Sua estada em Lisboa faz com que Taques conheça e se aproxime de D. Antonio Caetano de Souza, o ilustre autor da História Genealógica da Casa Real portuguesa. Consegue, então, em 1757, ser nomeado tesoureiro-mor da Bula da Cruzada, nas capitanias de São Paulo, Goiás e Mato Grosso. Retoma suas pesquisas históricas e genealógicas.
Em 1763 acumula a função de guarda-mor das minas de ouro de São Paulo. Sabe-se de trabalhos seus dessa época de auge econômico e financeiro, todos desaparecidos:
História de São Paulo, Discurso cronológicos dos descobridores do Brasil e elementos de história de Piratininga.
Questionado em sua administração, Pedro Taques é subitamente afastado de suas funções, tem seus bens seqüestrados e é intimado a restituir a quantia calculada como prejuízo à Fazenda Real. Pobre e doente, a partir de 1770 os tempos lhe são de desdita.
Contudo, em 1774 o destino lhe sorriu com a herança de umas das irmãs, e ele reuniu o que pôde e partiu para Lisboa, a fim de atender chamado do Conde de Vimieiro, que precisava de seus préstimos de genealogista. Ainda tentou pleitear algum benefício em Lisboa, mas seus requerimentos não andavam, ao contrário da paralisia, que, célere, avançava.
Com a saúde arruinada, retorna ao Brasil em agosto de 1776, chegando a Santos no fim do ano. Morre na mais extrema miséria em 03 de março de 1777, em São Paulo.
Seus manuscritos nunca foram publicados enquanto vivia. Sua Nobiliarquia paulistana, histórica e genealógica teve perdida mais de cem títulos, salvando-se apenas um terço. E mesmo assim trata-se de monumental obra, onde “se recolhem os mananciais de toda a história do Brasil meridional desde os primeiros tempos”.
Deixou os trabalhos:
- História da Capitania de São Vicente – 1772
- Informações sobre as minas de São Paulo – 1772
- Informações sobre o estados das aldeias de índios da capitania de São Paulo – 1772
e sua principal obra
- Nobiliarquia paulistana, histórica e genealógica – escrita a partir de 1742, mas somente publicada muito tempo depois de sua morte pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Esta terça parte que pôde ser recuperada e publicada é bastante para que Pedro Taques seja considerado pelos historiadores figura de capital importância entre os precursores da História do Brasil.