Arthur José Rabuske, Padre
Filho de Ana Thomas e Germano Rabuske, nasceu em 28 de novembro de 1924 em Pinheiral, interior de Santa Cruz do Sul, estado do Rio grande do Sul. Era o mais novo dos 13 filhos do casal. Aos 11 anos, ainda na Escola Paroquial Sagrada Família, de Pinheiral, manifestou seu desejo de ser padre. A vida religiosa já havia sido abraçada pelos seus irmãos Nicolau (irmão jesuíta) e Bruno (sacerdote jesuíta). Em fevereiro de 1944, ingressou na Companhia de Jesus, dando início a seu noviciado em Pareci Novo-RS. Na sequência, fez dois anos de Estudos Humanísticos e Retórica e três de Filosofia no Colégio Cristo Rei, e os cursos de Letras Neolatinas e Anglo-germânicas na PUC – Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre-RS. De 1954 a 1957, retornou ao Colégio Cristo Rei onde cursou Teologia Escolástica. Em 16 de dezembro de 1956, foi ordenado sacerdote em Santa Cruz do Sul. Ele rezou sua primeira missa solene em 6 de janeiro de 1957, na igreja matriz de Linha Santa Cruz. Mesmo com a saúde debilitada, em novembro de 1999 recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, por sua destacada atuação em favor das ciências, em especial da pesquisa e produção histórica, na área da História do Rio Grande do Sul. Aliás, a universidade que o agraciou com o título tem este nome por sugestão dele. Para o ex-reitor da Unisinos e atual curador do Memorial Jesuíta, Aloysio Bohnen, Rabuske era um cavalheiro: homem distinto, amigo, simples e acessível. “Mais do que isso, era um verdadeiro cientista. Antes de morrer ele mesmo recordou ter sido o autor, o responsável pelo nome Unisinos. Sugeriu algo que remetesse não apenas ao local e sim à região, e o rio a representa muito bem”, destacou. Bohnen ainda lembrou a dedicação para a história dos imigrantes alemães, dos colonizadores e a formação das paróquias no Rio Grande do Sul. Mesmo afastado das entidades científicas das quais era membro, enquanto pôde recebia pessoas que buscavam orientações para mestrado ou doutorado. Em 16 de dezembro de 2006, por ocasião do seu Jubileu de Ouro Sacerdotal, foi editado o livreto Padre Arthur Rabuske SJ. Em 20 páginas, com muitos fotos, ele comenta seus 50 anos de sacerdócio. O professor Artur Rambo, da Unisinos, destacou no jesuíta características como integridade, lealdade, seriedade e comprometimento, além do rigoroso trabalho como pesquisador. “Rabuske deixou uma quantidade imensa de material a ser pesquisado, inclusive sobre o padre Balduíno Rambo”, este um conhecido sacerdote, naturalista, humanitário, escritor e jornalista (1905-2005). “Ainda foi o responsável pela conservação do acervo Antônio Vieira, hoje no 6º andar da Biblioteca da Unisinos, onde constam mais de 200 mil volumes. Se não fosse por ele, muita coisa estaria perdida. Foi um verdadeiro sábio”, contou. O boletim nº 178 do IHGSC diz também, sobre ele: “Desde 1964 publicava em jornais, revistas, anuários, anauis de simpósios, colóquios ou congressos, brochuras avulsas e em formato de livros. Publicou textos em diversas línguas, e editou vários de historiadores jesuítas, sem antecessores. Seus trabalhos, no campo histórico, devem ter ultrapassado os 150, com artigos superiores a dez páginas impressas. Suas obras: Seleta PO. S. (Pedro Schneider) – 1967; Crônica Histórica da Paróquia de S.João do Montenegro, RS para o 1º centenário da Paróquia, publicado no Seminário O Progresso – 1973-1975; O Apóstolo da intelectualidade gaúcha no Brasil: Pe. Werner, publicado na revista Estudos – 1974/75; Nossa Srª dos Navegantes em Porto Alegre, publicado no Correio do Povo – 1974/75; Die Deustche Jesuiten-Mission in Rio Grande do Sul, publicado na revista mensal Skt. Paulusblatt – 1975-1977; Pe. AntonioSepp, S.J.; O gênio das Reduções (Jesuías) Guaranis – 1975-79; Jesuítas Leopoldenses face à seita do Ferrabraz, publicado em Cadernos de Sábado/Correio do Povo – 1977-78; Os inícios da Colônia Italiana do RS em escritos de Jesuítas Alemães – 1978; A Secular Matriz de São Leopoldo, RS – 1978; Beitraege zur Geschicte dês Feliz, publicado na revista mensal Skt. Paulusblatt – 1980/81; Vida e obras do Preclaro Pe. Ruiz de Montoya, S.J. Apóstolo do Guaíra e do Tape – 1980; Variedades Anchietanas – 1981; e Teosoro Amstad, S.J.: Memórias Autobiográficas – 1981.” Pesquisador aposentado do Instituto Anchietano de Pesquisas, da Unisinos, e membro dos Institutos Históricos e Geográficos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, Padre Rabuske associou-se ao Colégio Brasileiro de Genealogia em 27 de junho de 1996. Faleceu aos 86 anos, no dia 20 de março de 2010, na Residência Conceição, abrigo dos padres Jesuítas em São Leopoldo-RS. No dia seguinte, 21, houve missa nesse mesmo local e, após, ocorreu o sepultamento no Cemitério dos Jesuítas.