Clementino Marcuzzo, Padre
Filho de Luiz Marcuzzo e Amábile Bortoluzzi Marcuzzo, nasceu a 12 de setembro de 1927, em Cachoeira do Sul, Estado do Rio Grande do Sul. Faleceu aos 81 anos, no dia 15 dejunho de 2009, em Santa Maria-RS, onde residia. Sacerdote e jornalista. Ingressou na Congregação dos Padres Palotinos, tendo sido ordenado padre no dia 21 de dezembro de 1958, por dom Luís Vitor Sartori, no santuário da Medianeira, em Santa Maria-RS. Rezou sua primeira missa na Igreja Corpus Christi, em Vale Vêneto, distrito do município de São João do Polênise-RS, exatamente onde chegaram os primeiros palotinos do Brasil e da América Latina. Exerceu quase todo seu ministério sacerdotal na diocese de Santa Maria, à frente de diversas paróquias, como capelão de hospitais e junto aos irmãos maristas. Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, foi colaborador em diversos meios de comunicação, com programas de rádio e televisão, e colunas em jornais. Fundador do jornal O Radar, de Faxinal do Soturno-RS. Suas pesquisas eram centradas na Quarta Colônia de Imigração Italiana, na Mesorregião do Centro Oriental do Rio Grande do Sul, e que foi o quarto centro de colonização italiana no estado, depois apenas de Caxias do Sul, Santa Isabel (hoje Bento Gonçalves) e Conde d’Eu (hoje Garibaldi); e a primeira fora da Serra Gaúcha. Localizada próximo ao município de Santa Maria, engloba os atuais municípios de Silveira Martins, Faxinal do Soturno, Dona Francisca, Nova Palma, Pinhal Grande, São João do Polêsine e São Martinho da Serra, além de partes de Agudo, Itaara, Restinga Seca. O principal centro dessa região é Vale Vêneto, distrito do município de São João do Polênise. Foi sempre grande incentivador (e participante) das festas e atividades culturais na região. Fundador da Sociedade Ítalo-Brasileira Dante Alighieri, da Associação Cultural dos Imigrantes do Vale Vêneto e da Associação dos Ex-Alunos do Vale Vêneto. Criador da Semana Cultural Italiana, que acontece todos os anos, paralelamente ao Festival Internacional de Inverno da Universidade Federal de Santa Maria. Em 1979, foi Diretor do Museu do Patronato Antônio Alves Ramos, em Santa Maria, que, sob sua direção, passou a chamar-se Museu Histórico e Cultural Vicente Pallotti. Diretor do Museu do Imigrante Italiano Padre João Iop, que ajudou a criar. Os primeiros padres palotinos do Brasil e da América Latina chegaram por Vale Vêneto e esta lembrança era mantida viva quando Pe. Clementino organizava o desfile de abertura da Semana Cultural Italiana, encenando a chegada dos padres, a cavalo, com tiros de canhão e festa. Imerso na História, pesquisou a genealogia dos habitantes da Quarta Colônia e lutou muito pelo desenvolvimento da área, em especial, de Vale Vêneto. Não dava descanso às autoridades de todas as esferas, sempre empenhado em obter melhorias. Dizem as notas que consultamos, que ele “tinha um espírito muito alegre. Na semana italiana era ele quem puxava os brindes em italiano. Confessava que gostava de vinho e de música. Cantou em corais e animava festas com sua acordeona. Também foi o criador do Natal Feliz, evento que alegrava as noites de dezembro, com a presença de orquestras, músicos e cantores de corais, iluminando Vale Vêneto nas celebrações natalinas.” Associou-se ao CBG em 27 de janeiro de 1992, tendo sido eleito Adjunto em 14 de dezembro de 1995. Escreveu A História da Gruta Nossa Senhora de Lourdes, Cento Canti Taliani, Um Pedaço da Itália no Brasil, entre outros. Com inúmeros trabalhos na linha da imigração italiana, publicados em jornais gaúchos e de outros estados, buscou fortalecer as origens de sua gente, pois sempre dizia que preservar a memória é manter viva a cultura de um povo.