Guilherme Chambly Studart, Barão de Studart

Nasceu em Fortaleza, então Província do Ceará, no dia 05 de janeiro de 1856, filho de John William Studart, 1º vice-cônsul britânico no Ceará, e de Leonísia de Castro Barbosa Studart.

Fez seus primeiros estudos no colégio Ateneu Cearense, e aos 12 anos, segue para Salvador, Bahia, para cursar humanidades no Ginásio Bahiano. Quando tinha 16 anos, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, e para sua subsistência, lecionava Inglês, Geografia e História do Brasil. Terminou o curso de Medicina em 15 de dezembro de 1877 e foi aprovado com distinção, versando sua tese sobre os empregos terapêuticos da eletricidade.

Formado, volta ao Ceará, e reside por seis meses em Maranguape.  Em exercício na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, dedicava-se com empenho no auxílio aos menos favorecidos. Foi pioneiro no combate à lepra na região e o maior incentivador à construção de um leprosário na cidade.

Foi fundador e primeiro presidente do Centro Médico Cearense, do Instituto Pasteur e diretor honorário da Faculdade de Farmácia e Odontologia do Ceará. Mas paralelamente a suas atividades no campo da medicina, dedicava-se  ao estudo da história do Ceará.

Pertenceu a inúmeras instituições culturais, atuando em diversos cargos: Academia Cearense de Letras; Centro Literário do Ceará; Iracema Literária: Boêmia Literária; Gabinete de Leitura do Aracati; Gabinete de Leitura Camucinense; Gabinete Viçosense de Leitura; Sociedade de Estudos Paraenses; Instituto Histórico do Pará; Instituto Geográfico e Histórico Piauiense; Arcádia Americana; Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas; Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina; Academia Anchieta de Friburgo; Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais; Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte; Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe; Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; Grêmio Literário e Recreativo Paraibano; Sociedade Brasileira de Homens de Letras; Academia Mineira de Letras; Instituto Geográfico e Histórico do Rio Grande do Sul; Instituto de História e Geografia do Maranhão; Centro de Letras do Paraná; Grêmio Literário e Cívico do Colégio Militar do Ceará; Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo; Instituto Arqueológico e Histórico Alagoano; Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro; Academia Pernambucana de Letras; Instituto Histórico de São Paulo; Instituto Geográfico e Histórico da Bahia; Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa; British Medical Association , Londres; Societé de Geographie, Paris; Societé de Geographie de Havre; Societé Bibliographique de France; Academia Físico-Química Italiana, Palermo; Academia Americana de La História, Buenos Aires; Academia Nacional de História de Venezuela; e Sociedade Acadêmica de História Internacional, Paris.

Foi ativista pró-abolição no Ceará, fundando com outros abolicionistas a Sociedade Cearense Libertadora em 1881 e o Centro Abolicionista 25 de dezembro em 1883.

Por suas atividades de benemerência junto aos enfermos, como presidente do Conselho Central da Sociedade de São Vicente de Paula, em Fortaleza, em 22 de janeiro de 1900 foi agraciado pela Santa Sé com o título com que se celebrizou – Barão de Studart.

Foi também Vice-Cônsul britânico em Fortaleza por 53 anos, recebendo a insígnia de Membro da Ordem do Império Britânico.

Casou-se com a idade de 33 anos com a filha dos Viscondes de Cauípe, Luísa da Cunha, então viúva, tendo com ela sucessão. O Barão de Studart faleceu em Fortaleza  no dia 25 de setembro de 1938.

Autor respeitado, considerado  um dos mais destacados pesquisadores brasileiros e o “pai” da História do Ceará, deixou para mais de uma centena de títulos, entre teses, memórias, alocações e estudos de caráter médico, histórico, biográfico, geográfico e filosófico, entre os quais destacamos:

  • Família Castro, ligeiros apontamentos – 1883
  • Seiscentas datas para a história do Ceará na segunda metade do século XVIII – 1891
  • Notas para a História do Ceará – 1892
  • Notas sobre a linguagem e costumes do Ceará – 1892
  • Três mil datas para a história do Ceará no presente século – 1894
  • Dicionário biobibliográfico cearense – obra importantíssima, em 3 volumes (1910-1913-1915), repleto de informações genealógicas
  • Documentos para a história do Brasil especialmente a do Ceará (1608-1625) – em 4 volumes (1904-1909-1910-1921)
  • A Diocese do Ceará ou Fotaleza – 1906
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