Aplicação da Inteligência Artificial à leitura de documentos manuscritos

Notícia publicada no site da Associação Portuguesa de Genealogia

Está aberto o ciclo de jantares-tertúlia da Associação Portuguesa de Genealogia para o ano de 2024. Na edição de Janeiro, a nossa oradora convidada foi a Doutora Ana Margarida Dias da Silva, arquivista que desempenha atualmente funções na Universidade de Coimbra, e que já em 2013 colaborara com a APG na organização de um Workshop Genealógico em Coimbra. O tema da comunicação foi A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL COMO FERRAMENTA PARA O ACESSO À INFORMAÇÃO NOS ARQUIVOS.

A oradora integrou a equipa de especialistas do projeto TraPrInq, que nos últimos dois anos criou um modelo de leitura automática de textos manuscritos com Inteligência Artificial a partir de uma amostra de mais de um milhão de palavras de texto de processos da Inquisição portuguesa, atingindo uma taxa de leitura correta de cerca de 95%.

Na sua apresentação, Ana Margarida Dias da Silva mostrou com exemplos práticos como este modelo, baseado no software europeu Transkribus, obtém igualmente bons resultados quando aplicado aos registos paroquiais portugueses, abrindo assim novas perspectivas para a indexação da enorme quantidade de informação contida nos cerca de 500.000 livros paroquiais depositados nos arquivos portugueses. Foi destacado pela oradora o facto de estas ferramentas estarem disponíveis publicamente, permitindo a qualquer pesquisador utilizar nos seus estudos o modelo desenvolvido pela equipa TraPrInq, ou mesmo criar o seu próprio modelo especializado. Fica lançado o desafio aos nossos leitores.

No final da palestra, a nossa convidada recebeu um exemplar do número 38 da revista Raízes & Memórias.

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